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Por que fazer psicoterapia?

Ouvimos com certa frequência daqueles que fazem psicoterapia que essa deveria ser uma escolha coletiva, ou seja, todos deveriam contar com o suporte psicológico de um psicoterapeuta.

Mas, afinal, por que fazer psicoterapia?

Acredito que fazer psicoterapia seja uma escolha individual e não possa ser pautada por uma pressão externa. Embora todos possam se beneficiar desse processo, as escolhas individuais precisam ser respeitadas e não se pode pensar que compartilhamos o mesmo tempo para as tomadas de decisões que permeiam nossas vidas.

A psicoterapia é um horizonte de possibilidades. É a chance de lançar luz àquelas questões que nos afligem, perceber como e porque as coisas se apresentam daquela forma para nós, porque nos afetam, porque influenciam quem somos e como agimos, e nos convida a assumirmos o protagonismo de nossas vidas, ampliando nosso horizonte existencial.

Somos socialmente levados a acreditar que quando lidamos com a angústia, com a tristeza e com tantos outros sentimentos que nos fazem sofrer, precisamos extingui-los ou ignorá-los. No processo psicoterapêutico, o paciente é convidado a se aproximar desses sentimentos, se apropriando dos sentidos que eles carregam para aquele que sofre, e a partir desse movimento o paciente amplia sua compreensão acerca de si mesmo.

Outro ponto que se faz relevante ressaltar é que cada paciente carrega em si um mundo que é só seu. O significado que um evento, um objeto, uma pessoa ou uma sensação tem para um é completamente diferente daquele sentido que carrega para outro. Ao terapeuta cabe se aproximar do mundo específico daquele paciente, daquilo que se apresenta, compreendendo suas particularidades, seus porquês, as idiossincrasias que o constituem.

A riqueza da psicoterapia está no descobrimento de novos sentidos que se apresentam sessão após sessão. É a possibilidade de olhar para aquilo que nos aflige com a companhia de um profissional que ampliará seus horizontes. É um processo muitas vezes doloroso, mas que carrega consigo as delícias de se apropriar de nossa existência de maneira singular.

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